Vários pontos, para um só nó
É... A Google e suas idéias...
Tivemos a pouco o lançamento do browser da Google, o Chrome. Até aí, nenhuma novidade, pois isso foi veiculado em todo tipo de mídia. Porém parem e perguntem-se “porque esse alarde todo?” “o que poderia existir de tão incrível e revolucionário em um navegador de internet?”. Para quem não conseguiu captar o real motivo do alarde eu explico.
Vivemos na era da Computação em nuvem. E o que haveria de ser “Computação em nuvem”. Eu também posso explicar. Já imaginou ou usou, por exemplo, um editor de texto via web? Para sim ou não, eis ai a resposta. Isso é Computação em nuvem. É quando o software não está em sua máquina e sim em um servidor remoto. Ok, onde o novo browser entra nessa coisa toda, na verdade não ele em si mas todos os outros recursos que a Google vem oferecendo. Ta, complicou? Eu continuo a explicar.
Pare e pense, quantos recursos que são provenientes da google você usa, 1 ou 2? Não com toda certeza mais de 3. Vamos lá: Picasa, armazenas suas fotos “nas nuvens”, Bloguer, bom todo mundo sabe que é nada mais nada menos que a sua própria home page, I-google, um tipo de bloco de notas com notícias e outros “gadgets”, google maps o nome já diz (nem vou me estender ao google earth porque foge a linha da CeN), G-mail que nem precisa comentar 9 entre 10 pessoas usam, o Orkut que 10 em 10 usam, Youtube, existe também um similar ao Adobe Reader, o Google Docs, que é editor de texto do Google. Enfim, uma infinidade de coisas que junto com o browser, eu chamo de ponto, são pontos.
O que existe de tão incrível nesses pontos? É mais ou menos assim... como quem não queria nada a Google cria seu mecanismo de busca, faz um bom sucesso e a partir daí inicia sua “operação conta gotas” pinga um periférico aqui compra um ali, tudo bem para que, bom o motivo está na cara, pense... Qual a tática da Google? Porque apoiar o Firefox? O que se ganhou com isso? Bom só o apoio ao Firefox garantiu-lhe, digamos assim a “engine” para seu novo browser, logo o que mais ela fez sem que pudéssemos dar conta? Nem imagino. Mas já imagino onde ela quer chegar. Eis o nó.
Enquanto a Microsoft caminha para mais uma versão do seu “Ruindows” baseado em desktops caseiros, ou seja o que existe de mais antigo em questão de informática, todas as outras empresas apostam na CeN, e quem domina essa área? ... já está dando para entender ... Vamos lá você é um executivo e pega seu palm, smarthphone ou seja lá o que for, o que você prefere, ocupar toda a memória do bicho com os programas que você estará executando, inclusive o console da operadora e um sistema operacional, para que todos os programas pré-instalados funcionem acarretando assim milhões em pesquisa para memórias menores que esquentem menos, processadores mais potentes em tamanho diminuto, fazendo assim o aparato tecnológico custar cada vez mais caro, ou usar um sistema leve com um só programa que faça tudo isso?
E que sistema e que programa fariam tal milagre? O sistema é pura especulação minha, talvez nem venha a existir (mas eu aposto que a Google já está desenvolvendo), mas o programa é o tal browser da Google. Vamos, se perguntem, “como assim?”. Assim! Esse browser traz a seguinte ferramenta, você pode tornar uma página da web um programa carregando assim, apenas a memória que o browser exigiria, que é pouca. Mas espera, transformar uma página da web em um programa? Ta não é bem isso, mas é quase. Funciona assim, você entra na página e seleciona ela como um atalho no desktop, podendo assim ser renomeada copiada e colada enfim tudo que se faz com um atalho. Mas e o que torna ele um programa então? Ai vem nossa velha amiga, a nuvem. Você pega os periféricos da Google citados a cima e mais alguns como Jango (similar ao orkut mais funciona como uma rádio), e mais outros tantos espalhados pela rede como o Zoho q possui algumas ferramentas similares ao Office da Microsoft, e pronto, você tem programas de graça e sem nenhum peso para sua memória ou processador. Não que o Prisma não fizesse isso, ele fazia, mas não tinha toda a estrutura para revolucionar que a Google tem, e como “nada se cria tudo se copia”, a Google parece querer dominar a Computação em nuvem, apenas copiando para seus servidores remotos tudo que já existe em seus desktops e apelidando com googlerias assim como o batman e seu Batrangue (q nada mais era q um bumerangue), tornando assim tudo mais fácil.
O que vale enfatizar são duas coisas. Uma, que tipo de vírus existiriam em um sistema operacional de dois programas (um sistema e um browser) com tão pouca memória necessária? Acho que nenhum. Levando assim muitas empresas de antivírus ao desespero, só lembrando que muitas vezes elas mesmas criam o vírus (teoria de conspiração). E o segundo ponto, isso tudo toda essa revolução, sem nenhum custo, você tem a melhor proteção, abrangendo os maiores e menores aparelhos do mercado, a um custo absurdamente ínfimo. Bom, a esse momento algumas empresas devem estar se roendo de inveja ou tremendo de medo. Agora aqui entre nós, tudo isso sem nenhum custo para o usuário, a Google com seus servidores abarrotados só para desbancar seus concorrentes nesse novo horizonte. Para que? Bom, fora os lucros com propaganda, eu também não sei, e se caso chegue a algum tipo de monopólio, só vai nos restar rezar, porque criamos sim um nó de vários pontos, mas se ficarmos atados a ele o que vai nos fazer sair, e que tipo de preço vamos pagar por estar nele?